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Brevíssima história das pirâmides de Gizé

Atualizado: 21 de jun. de 2023

Para entender o que foram as pirâmides de Gizé e a dimensão desses monumentos, temos que compreender primeiro a divisão histórica do Egito Antigo. A história é dividida em três períodos. Antigo Império, Médio Império e Novo Império, com períodos de transição entre eles. Esses impérios são subdivididos em dinastias marcadas pela família dominante e pela localização geográfica da sede do governo.


O platô de Gizé (local das pirâmides) é, sem dúvida, um dos lugares mais emblemáticos e enigmáticos da história egípcia e da história da humanidade. A construção das pirâmides e do cemitério real marcou a história do Antigo Império (período de 2649-2150 a.C.). É através das "listas de reis", como a Pedra de Palermo e inscrições em tumbas e santuários, conseguimos entender esse período de quase 5000 anos de distância de nós.



A pedra de Palermo é o artefato documental mais antigo do tipo e nos oferece uma lista em ordem cronológica dos governantes dos primórdios do Antigo Império até a 5ª dinastia, além de informações sobre rituais da realeza e outros eventos históricos.


Já a maior fonte de informação sobre esse período, vem do estudo das tumbas reais, desde inscrições autobiográficas aos estatuários. As tumbas oferecem não só informações sobre rituais funerários, ideologias e crenças, mas também sobre o estilo de vida da elite, as relações com o rei e eventos históricos.



Compreendemos que o território das pirâmides é o local ideal para os monumentos, uma vez que a região fica próxima à capital do Antigo Império Mênfis e pelo local ser uma fonte natural de calcário. Elas foram construídas durante a 4ª dinastia assim como o seu cemitério real.



A pirâmide vermelha é o local de descanso do faraó Sneferu e foi a primeira tentativa de construir uma pirâmide perfeita. Outras pirâmides já tinham sido erguidas, mas sem a precisão da pirâmide de Sneferu. No entanto, é o seu filho Khufu quem inicia a construção de Gizé há mais de 20 km de distância e estabelece o cemitério real à volta. Já Khafre, filho de Khufu, tentou emular os grandes feitos do pai e construiu uma pirâmide para si. Apesar de parecer mais alta do que a do pai, ela foi apenas construída numa plataforma maior e é três metros mais baixa do que a pirâmide de Khufu. Menkaure, filho de Khafre e seu sucessor, construiu a última e menor das pirâmides. Após esse governante, Giza foi abandonada.



Uma das características mais marcantes das pirâmides, era o seu revestimento de calcário branco e liso. Diferente da estrutura que conhecemos hoje, quando ela ainda estava intacta, era praticamente impossível de subir nela devido à sua superfície perfeitamente lisa. A foto abaixo mostra uma parte da pirâmide no qual o calcário ainda está intacto. Portanto é só imaginarmos a pirâmide inteira coberta dessa forma.



Depois de abandonada, após muito tempo, alguns faraós do Novo Império retornaram a Gizé. Ao lado da Esfinge, que pertence ao Antigo Império, há um pequeno templo posicionado diagonalmente à esfinge (veja a imagem abaixo). O templo pertence à Amenhotep II, da 18ª dinastia. Dentro do templo, há inscrições que contam como Amenhotep II andava por Gizé de carroça e como ele claramente idolatrava aquele lugar antigo e abandonado.



O seu filho também compartilhava dessa idolatria por Giza. Entre as patas da esfinge há inscrições chamadas de Estela dos Sonhos de Tutmósis IV. Ele conta que em um dia, passeando por Giza, ele parou para tirar um cochilo. A esfinge então apareceu em seus sonhos e pediu para que o homem a desenterrasse da areia (uma vez que a esfinge estava enterrada). Se ele o fizesse, seria nomeado faraó. As inscrições foram feitas num bloco de granito retirado da pirâmide de Khafre.



Quando pensamos no Egito, pensamos num único e constante império sem levar em consideração os milênios de distância de um faraó para outro. Como é o caso de Amenhotep II do Novo Império admirando as construções de Guizé de mais de mil anos no passado (dele). Da mesma forma que Cleópatra (30 a.C.) está 1300 anos de distância de Nefertiti (1300 a.C). Não é a toa que a egiptologia é um tema tão complexo e completamente vulnerável à fantasiosas teorias da conspiração. O Egito é uma civilização que atravessa milênios e continua nos surpreendendo com seus mistérios e belezas.

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