top of page
logo branco.png

CAIMAN WIKI - Folclore

Atualizado: há 4 dias

Caiman Wiki Fernando Couto de Magalhães

O universo de CAIMAN, criado por Fernando Couto de Magalhães, é completamente fictício. Apesar de beber de fontes históricas e referências culturais brasileiras, não há aqui a intenção de representar fielmente nenhum povo, tradição ou evento específico. É uma obra de entretenimento inspirada nas histórias contadas pelos avós do autor.


Caiman - O caminho das Águas Doces - Folclore.

Heróis da Mandacaru - Ilustração feita pelo artista André César mostrando Pecari, Caiman e Arthur a bordo da Mandacaru, o famoso barco a vapor de Teco.
Heróis da Mandacaru - Ilustração feita pelo artista André César mostrando Pecari, Caiman e Arthur a bordo da Mandacaru, o famoso barco a vapor de Teco.

O folclore brasileiro é o eixo central do universo da Caiman, servindo como base para toda a fantasia que molda a narrativa dos livros. A proposta do autor, Fernando Couto de Magalhães, é fugir dos elementos fantasiosos europeus (dragões, elfos, orcs e etc) e valorizar o imaginário brasileiro de forma explícita, celebrando raízes, influências regionais e a riqueza das tradições orais do Brasil. As criaturas aqui apresentadas, apesar da clara influência, tem características próprias do universo que estão inseridas, portanto não devem ser base para um estudo acadêmico / escolar / antropológico. Por este motivo, o "bestiário" abaixo traz a descrição de acordo com o universo de Caiman e a descrição original do folclore brasileiro.



O bestiário é separado por categorias de acordo com as criaturas que habitam Aruanã.

Espíritos Errantes

Seres incorpóreos presos ao mundo terreno por assuntos inacabados, sentimentos intensos ou vingança. Agem por impulso, sem consciência de seus atos.


  • Almas Penadas

  • Espíritos obsessores

  • Fantasmas comuns

Entidades Guardiãs

Protetores místicos ligados a locais, objetos ou elementos da natureza, frequentemente neutros ou aliados dos humanos, com moralidade ambígua.


  • Pai do mato

  • Anhangá

  • Caipora

Feiticeiras

Mulheres sobre-humanas com conhecimento íntimo em magia e ocultismo, capazes de manipular forças naturais ou sobrenaturais.


  • Cumacanga

  • Matinta Pereira

  • Alemoa

  • Velha Cuca

Bestas e monstros

Criaturas físicas ou semi-físicas, geralmente vivendo isoladas em locais selvagens, com aparência monstruosa ou animalesca.

  • Quibungo

  • Capelobo

  • Boi-Vaquim

Encantados

Seres místicos que vivem entre o mundo espiritual e o mundo humano, podendo transitar livremente ou sob condições específicas entre ambos.

​​

  • Boto cor-de-rosa

  • Pai do mato

Morto-vivo

Criaturas ou corpos animados por magia obscura, rituais necromânticos ou maldições antigas. São uma ameaça física com grande resistência.


  • Corpo Seco


Elementais

Espíritos ligados diretamente aos elementos naturais (água, fogo, terra e ar), com capacidades de manipulação e influências diretas sobre a natureza.

  • Hipupiara

  • Boto cor-de-rosa

  • Caboclo d'água

  • Caiporas

  • Anhangá

  • Pai do Mato

  • 3 Feiticeiras

Celestiais

Entidades de natureza benigna ou neutra, com origem em planos superiores ou celestiais, frequentemente emissárias ou observadoras da humanidade. Os deuses ocupam o topo da hierarquia dos celestiais.

  • Seis Deuses de Aruanã

  • Kurumaré

  • Ceucy

  • Jurupari

  • Anhangá

Metamorfo

Seres com capacidade de transformação física total ou parcial, alternando entre formas humanas e animais, muitas vezes ligados a magias indígenas ou xamânicas.

  • Lobisomem

  • Boto Cor-de-rosa

  • Quibungo

  • Matinta Pereira

Entidades guardiãs

Protetores místicos ligados a locais, objetos ou elementos da natureza. Geralmente atuam como guardiões de fronteiras naturais, rios, matas, montanhas e artefatos antigos. Embora possam auxiliar humanos, sua moralidade é ambígua: defendem o equilíbrio acima de qualquer vida, e suas ações variam conforme a ameaça percebida. Podem ser neutros, benevolentes ou implacáveis, dependendo de quem invade ou desrespeita aquilo que protegem.


ree

CAIPORA


No livro: Entidades guardiãs das florestas de Aruanã. São pequenas, do tamanho de uma criança, mas dotadas de grande força e agilidade. Tem os cabelos vermelhos, assim como sua pele, olhos amarelos brilhantes e dentes afiados. Poucos são os humanos que já viram uma Caipora pessoalmente, porém, seus gritos são conhecidos e assustadores. Furiosas, atacam aqueles que ferem a mata ou caçam além do necessário, Nativo ou Pélago. Pecari, a Caipora, é uma das principais personagens da saga e leal protetora de Caiman desde que a Jará era apenas uma menina assustada. Uma de suas principais habilidades é a de ouvir o que as florestas tem a dizer para ela. A Caipora pode ser considerada tanto uma entidade guardiã, como uma criatura elementar ligada diretamente à terra e as florestas.


No folclore: Caipora é uma entidade da mitologia tupi-guarani. A palavra “caipora” vem do tupi ka'a, mato, e pora, habitante, termos que em relação genitiva significam "habitante do mato". No folclore brasileiro, é representada como uma pequena indígena, ágil e nua. De acordo com a crença indígena, ela pode dar azar a quem a encontra ou vê. A exemplo do curupira, a caipora é protetora da floresta. Habitante das florestas, reina sobre todos os animais e ela destrói os caçadores que não cumprem o acordo de caça feito com ela. Seu corpo é todo coberto por pelos. Ela vive montada numa espécie de peccarideo (queixada ou cateto) e ela carrega uma vara. Prima do Curupira, protege os animais da floresta. Os índios acreditavam que a Caipora temesse a claridade, por isso protegiam-se dele andando com tições acesos durante a noite. A Caipora é considerado em algumas partes do Brasil como canibal, ou seja, dizem que come quem ela vê caçando, até mesmo um pequeno inseto.


Pecari, a Caipora, ao lado de Caiman, em ilustração feita para capa alternativa do livro Caiman - Caminho das Águas Doces, por Fernando Couto de Magalhães.
Pecari, a Caipora, ao lado de Caiman, em ilustração feita para capa alternativa do livro Caiman - Caminho das Águas Doces, por Fernando Couto de Magalhães.

ree

ANHANGÁ


No livro: Entidades poderosas e anciãs, tão antigas quanto o próprio continente. Seu poder é maior do que o poder das Caiporas e são respeitados por todos os povos Nativos. Ibámbo, apresentado no livro logo no início, é um Anhangá amigo dos Jarás e guardião do Segredo de Kim. Adora conversar com a pequena Caiman e contar suas histórias para toda a aldeia. Há quem diga que Ibámbo viveu mais de mil gerações e acumulou todo o seu conhecimento.


No folclore: Anhanga é descrito como “gênio da floresta protetor da fauna e da flora na mitologia tupi”, que “[...] não devora nem mata. Vinga os animais vitimados pela insaciabilidade dos caçadores”. Há descrições de que assume a forma de um veado branco com olhos de fogo e é o protetor da caça nas florestas, protegendo os animais contra os caçadores, sobretudo fêmeas com filhotes. Quando a caça conseguia fugir, os indígenas diziam que Anhangá a havia protegido e ajudado a escapar (WIKIPEDIA).


Ibámbo, ilustrado pelo autor, Fernando Couto de Magalhães
Ibámbo, ilustrado pelo autor, Fernando Couto de Magalhães

ree

PAI DO MATO


No livro: O Pai do Mato é o protetor do "limbo" chamado de Profundamata, onde as pessoas que prejudicam as florestas são enviadas ao morrerem. É uma criatura tão alta quanto um jequitibá ancião, com corpo de homem e galhos de árvores por todo o corpo. Mostra-se agressivo e intimidador ao expor os seus enigmas no qual a alma atormentada deve desvendar, porém, revela-se solitário e melancólico ao encontrar-se com Caiman.


No folclore: É uma criatura enorme, mais alta que todas as arvores da mata, com cabelos enormes, unhas de dez metros e orelhas de cavaco. O seu urro estronda por toda a mata. À noite, quem passa ouve também a sua risada. Dizem que se alimenta de pessoas. Não pode ser ferido por tiros ou lâminas, apenas acertando uma roda que ele tem em volta do umbigo (WIKIPEDIA).


Três Feiticeiras de Aruanã

Feiticeiras ancestrais de poder incomensurável, cada uma ligada a um elemento natural essencial. Existem apenas três, e sua presença é rara e cercada de mistério. Não seguem conceitos humanos de bondade ou maldade: respondem conforme sua própria lógica. Podem oferecer auxílio a quem demonstra respeito ou destruir sem hesitar aqueles que violam seus domínios. São solitárias e vagam pelo continente há séculos, intocadas pelo tempo. Imortais, distantes e indiferentes às dinâmicas políticas dos reinos, elas são forças vivas da natureza, despertando temor e reverência em igual medida. Rumores apontam para uma quarta Feiticeira vinda do Reino de Cales, tão poderosa quanto as três primordiais (ou mais).


ree

CUMACANGA

Feiticeira do Fogo


No livro: Figura misteriosa associada à um espírito errante no formato de um bola de fogo. É, na verdade, a cabeça da poderosa feiticeira do fogo que busca por um artefato roubado de grande valor sentimental. Veste um longo vestido preto, tem postura intimidante e um poder incomensurável. Quando a sua cabeça é separada do seu corpo, na forma de uma bola de fogo, o corpo da feiticeira permanece em segurança num local isolado. Ela é avistada nas proximidades da Vila da Onda Morna, perto do Rancho Anacaí.


No folclore: Cumacanga ou curacanga é uma personagem do folclore brasileiro, caracterizada por ser uma cabeça de fogo que fica a vagar pela noite. A etimologia do nome é incerta, mas claramente apresenta o elemento akanga, que significa cabeça em língua tupi. A Cumacanga é sempre uma mulher que perde a cabeça. As mulheres que podem se tornar cumacangas são sempre a concubina de um padre ou a sétima filha de um casal. O corpo fica em casa e a cabeça, sai, sozinha, durante a noite de sexta-feira, e voa pelos ares como um globo de fogo (WIKIPEDIA).


ree

MATINTA PEREIRA

Feiticeira dos Céus


No livro: Chamada de "bruxa" pelos habitantes da Baía do Badejo, Matinta Pereira é uma mulher que atormenta os moradores da cidade das cores com seu assovio constante. Escolhe uma casa, e só deixa a família em paz quando é presenteada. Com o passar dos anos, presentear Matinta Pereira torna-se uma tradição apreciada até mesmo por crianças. Apaixona-se por Benício, um homem que enfrenta os tormentos da feiticeira e, com ele, dá à luz à uma menina. O relacionamento dos dois se transforma numa tragédia quando a população da Baía do Badejo se coloca contra a união daquele casal. No futuro, a feiticeira ajuda Caiman a enfrentar o implacável exército de Capelobos e demonstra todo o seu poder associado aos céus e aos ventos.


No folclore: Matinta-Pereira, às vezes, também grafado Matinta-Perera, é uma personagem do folclore brasileiro, mais precisamente na Região Norte do país. Trata-se de uma bruxa velha que à noite se transforma em um pássaro agourento que pousa sobre os muros e telhados das casas e se põe a assobiar, e só para quando o morador, já muito enfurecido pelo estridente assobio, promete a ela algo para que pare (geralmente tabaco, mas também pode ser café, cachaça ou peixe). Assim, a Matinta para e voa, e no dia seguinte vai até a casa do morador perturbado para cobrar o combinado. Caso o prometido seja negado, uma desgraça acontece na casa do que fez a promessa não cumprida (WIKIPEDIA).

ALAMOA

Feiticeira da Água


No livro: Presente apenas no terceiro livro da saga de Caiman, a Alamoa é citada como a terceira das grandes feiticeiras do continente, relacionada às águas, assim como Caiman. Tem os cabelos dourados como os de Leonora, é uma linda mulher, mas pode apresentar-se na forma de um terrível esqueleto. Ainda há muito a se descobrir sobre ela (aguarde).


No folclore: A Alamoa é uma lenda do folclore de Fernando de Noronha, descrita como uma mulher loira e bela que seduz marinheiros e pescadores, atraindo-os para o mar ou para penhascos, de onde nunca retornam. Embora sua origem exata seja debatida (alguns dizem que ela era de origem alemã ou nórdica), ela é vista como uma figura sedutora e protetora da ilha, que pune aqueles que destroem a natureza (WIKIPEDIA).


ree

VELHA-CUCA

Feiticeira do Reino de Cales


No livro: A Velha Cuca não é uma das Três Feiticeiras de Aruanã. É uma mulher de aparência assustadora que chega ao continente com Veríssimo Porto. É uma espécie de governanta da família Porto e responsável por "educar" a pequena Uiraçu nos velhos costumes para torná-la esposa do primeiro-ministro. Seus poderes são misteriosos, capazes de moldar a realidade à sua volta.


No folclore: A cuca é uma entidade do mal que assume a forma de bruxa velha com aspecto de jacaré, que não se sabe ao certo sua idade mas que pode ter mais de 3 mil anos, como também existem versões em que pode se existir mais de uma cuca, como se fosse uma subclasse de bicho-papão, como é descrito no livro “O Saci” (1921), de Monteiro Lobato. Em seu livro "Geografia dos Mitos Brasileiros", Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) diz que a Cuca é um mito de origem portuguesa relacionado à Coca, figura que aparecia nas procissões da província do Minho, em Portugal. Também no Minho, "cuca" é o nome popular de uma espécie de abóbora que costumava-se perfurar com contornos de olhos e boca, e dentro da qual era colocada uma vela acesa (de forma semelhante ao que se faz no Halloween americano - WIKIPEDIA).


Bestas e Monstros

Criaturas físicas ou semi-físicas, geralmente vivendo isoladas em locais selvagens, com aparência monstruosa ou animalesca que foge dos padrões da fauna e flora. Podem ter origens míticas ou humanas, manifestando-se através de maldições, feitiços ou, puramente, vingança.


ree

BOI-VAQUIM

O boi dos chifres de ouro


No livro: O Boi-Vaquim é uma assombração de natureza obscura que se manifesta como um boi gigantesco de pelagem negra, com chifres, olhos e cascos de ouro, surgindo sempre ligado a ambientes rurais e a emoções humanas extremas, como ódio, medo e frustração profunda. Ele não possui vontade própria, sendo alimentado e controlado, de forma inconsciente, por uma pessoa viva em intenso sofrimento emocional, como ocorreu na Vila do Tambaqui, onde a criatura foi sustentada pelo trauma de uma criança vítima de abusos. Embora atue como instrumento de vingança e destruição, há indícios de que o Boi-Vaquim seja apenas a manifestação de algo maior e mais poderoso. Quando a fonte emocional que o alimenta é interrompida, a criatura se desfaz em cinzas, deixando apenas rastros de devastação.


No folclore:  uma entidade sobrenatural ligada a maldições, culpa e ganância, muito comum no imaginário rural do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Ele costuma ser descrito como um boi negro de chifres dourados ou incandescentes que surge à noite em fazendas, estradas e pastos, perseguindo pessoas até a exaustão ou à morte. Diferente de criaturas puramente espirituais, o Boi-Vaquim geralmente está ligado à alma penada de alguém que cometeu grandes pecados, como crueldade, exploração ou traição, sendo condenado a vagar na forma do animal. Em várias versões, ele também protege tesouros enterrados ou aparece como punição sobrenatural para crimes cometidos em vida.

Boi Vaquim, ilustrado pelo autor, Fernando Couto de Magalhães
Boi Vaquim, ilustrado pelo autor, Fernando Couto de Magalhães

ree

QUIBUNGO

O terrível bicho-papão


No livro: O Quibungo é uma criatura de trevas de origem maldita, manifestada a partir de um humano corrompido por ganância, maldade extrema e instintos predatórios. Sua forma é monstruosa e instável, com corpo coberto por pelos negros, membros deformados e uma característica aterradora: uma enorme boca localizada nas costas, por onde devora suas vítimas. Diferente de simples assombrações, o Quibungo mantém consciência parcial de sua condição, sendo atraído por ambientes saturados de violência, ganância e pecado. A criatura pode ser invocada ou estimulada por grandes concentrações desses sentimentos, como ocorreu na Bodega dos Dedo Torto. Seu vínculo com o humano original permanece ativo, e ao ter seu nome verdadeiro revelado, a maldição é quebrada, forçando a criatura a retornar à forma humana. Essa transformação, porém, é sempre seguida de morte, geralmente executada para impedir que a maldição se manifeste novamente.


No folclore: Quibungo é uma criatura monstruosa de origem afro-brasileira, muito presente nas tradições do Nordeste, especialmente na Bahia. Ele é descrito como um ser antropomorfo, semelhante a um grande animal peludo ou a um homem-bestial, cuja característica mais marcante é possuir uma enorme boca nas costas, por onde devora suas vítimas. Diferente de predadores comuns, o Quibungo é associado ao castigo moral: ele costuma atacar pessoas gananciosas, desobedientes ou de mau caráter, sendo frequentemente usado em histórias populares como figura de terror para impor disciplina e medo. Em muitas versões, ele também é visto como um humano amaldiçoado ou transformado por forças sobrenaturais, o que aproxima a lenda de temas de punição, culpa e corrupção da alma.


Caiman se prepara para enfrentar o Quibungo na Bodega dos Dedo Torto - Ilustração feita pelo autor, Fernando Couto de Magalhães.
Caiman se prepara para enfrentar o Quibungo na Bodega dos Dedo Torto - Ilustração feita pelo autor, Fernando Couto de Magalhães.


ree

CAPELOBO

Devoradores de cérebros


No livro: Terríveis criaturas de comportamento bestial, os Capelobos possuem corpos de um homem grande e forte e a cabeça de um tamanduá. Suas garras afiadas cortam a carne com facilidade e seu corpo é completamente coberto por pelos. A sua principal característica está no focinho alongado que cospe uma língua tão afiada quanto uma navalha. Sem misericórdia ou hesitação, os Capelobos se alimentam de suas vítimas, penetrando suas línguas em seus crânios e sugando os seus cérebros. Suas origens são desconhecidas, mas suas raízes são completamente bestiais, sem nenhuma humanidade. Ymba, o deus da serpente Boiuna, se aproveita da ferocidade do monstro para enviar um grande exército até Caiman, com a finalidade de acabar de vez com a ameaça que a Jará representa.


No folclore: Capelobo é uma lenda do folclore brasileiro, que possui uma aparência monstruosa, tendo corpo semelhante ao de um lobisomem, cabeça de tamanduá e pernas de cabra. Sua lenda é muito comum em especial nos estados do Maranhão, Amazonas e Pará. Acredita-se que tenha surgido entre os povos indígenas da região Norte do Brasil. Trata-se de uma criatura que, segundo os contos folclóricos, provém de uma mistura entre seres humanos com outras espécies animais. Em outros contos dizem que se transforma em Capelobo aquele que passa da hora de morrer. O Capelobo se alimenta de cérebro e de sangue, ele suga a massa encefálica da vítima pelo ouvido, ele também pode sugar o sangue da vítima pela artéria carótida. Segundo contos folclóricos, para mata-lo é necessário arrancar ou perfurar seu umbigo (WIKIPEDIA).


Elementais
ree

HIPUPIARA

Mãe d'água


No livro: Criatura aquática, habitante dos rios de Aruanã, possui o corpo alongado, braços esguios com nadadeiras, garras afiadas capazes de perfurar a madeira dos barcos e olhos grandes, redondos e negros. Até a sua aparição para a tripulação da Mandacaru, é tida apenas como mito de pescadores. As lendas falam sobre sua força, agilidade na água, mas dão atenção especial à sua mordida extremamente poderosa com a bocarra repleta de dentes afiados. Hipupiara é classificada por Arthur De Cantra como uma besta elemental, ligada diretamente ao elemento da água. Leonora Porto compara a lenda da Hipupiara às sereias do Reino de Cales, mas exalta a diferença entre as mulheres sensuais e o monstro marinho.


No folclore: O Ipupiara, também chamado de homem-marinho, é uma espécie de monstro marinho que fazia parte da mitologia dos povos tupis que habitavam o litoral do Brasil no século XVI. Segundo a crença popular, ele atacava as pessoas e comia partes de seus corpos. Segundo relatos do Brasil Colônia, um Ipupiara teria sido encontrado na capitania de São Vicente, no ano de 1564.[1] O historiador e cronista português Pero de Magalhães Gandavo descreveu a criatura como tendo "quinze palmos de comprido e semeado de cabelos pelo corpo, e no focinho tinha umas sedas muito grandes como bigodes. Os índios da terra lhe chamam em sua língua Hipupiara, que quer dizer demônio d'água". Ainda segundo o autor, o monstro marinho teria sido morto pelo bandeirante Baltazar Ferreira (WIKIPEDIA).



Imagem 1: O monstro Ipupiara - Gândavo História da Província de Santa Cruz, 1576.

Imagem 2: O Ipupiara segundo Valentin Stansel


ree

BOTO COR-DE-ROSA

Malandro sedutor


No livro: O Boto, na saga de Caiman, segue características muito próximas do folclore brasileiro. É um belo rapaz, jovem e sedutor, que frequenta as festas e festivais das cidades ribeirinhas. Veste-se de branco e usa um chapéu que esconde a grande narina por onde respira. Após ter uma breve e calorosa relação com as moças, desaparece, deixando-as grávidas e sozinhas para cuidar de seus filhos. A criatura elemental, de origens míticas, intimamente ligada às águas, é caçada pelo prefeito do Remanso Velho, que planeja vingar a gravidez de suas filhas. Maia Cabeça-de-ferro, a Capoeira, se vê seduzida pelo rapaz e entregue aos seus encantos. Pode ser considerado tanto um ser elemental, quanto um ser encantado.


No folclore: A lenda do boto é uma lenda da Região Norte do Brasil de origem indígena sobre uma entidade mitologia, geralmente contada para justificar a gravidez de uma mulher solteira. Os botos são animais carnívoros cetáceos que vivem nos rios amazônidos, que segundo a lenda, durante as festas juninas o boto rosado aparece no festejo transformado em um rapaz elegantemente vestido de branco e, sempre com um chapéu para cobrir a grande narina que não desaparece de sua cabeça com a transformação, seduz as jovens solteiras. Esse rapaz seduz as moças desacompanhadas, levando-as para o fundo do rio e, em alguns casos, as engravidando. Por essa razão, quando um rapaz desconhecido aparece em uma festa usando chapéu, pede-se que ele o tire para garantir que não seja um boto. Daí deriva o costume de dizer, quando uma mulher tem um filho de um pai desconhecido, que ele é "filho do boto" (WIKIPEDIA).


Celestiais
ree

LENDA DO TUIUIÚ

A tristeza do futuro


No livro: Segundo a tradição dos povos de Aruanã, especialmente entre os Jacarandás, o Tuiuiú é a ave que carrega em si a tristeza do futuro. A lenda conta que, além da versão conhecida sobre o casal humano enterrado no local onde as aves se alimentavam, existe um segredo mais antigo: os tuiuiús possuem a capacidade de enxergar o futuro de Aruanã, em qualquer distância de tempo. Essa consciência concedeu às aves uma melancolia eterna, refletida em sua postura abatida e em seu olhar triste. Foi esse poder oculto que despertou o interesse do deus Ymba, levando-o a buscar os tuiuiús para conhecer o destino do continente. O segredo revelado pelas aves foi o estopim da Batalha dos Seis, o maior conflito entre os deuses, tornando o Tuiuiú uma figura sagrada ligada ao presságio, ao destino e ao equilíbrio, ou ruptura, do mundo.


No folclore: A lenda do Tuiuiú (ou jaburu) é uma narrativa popular da região do Pantanal brasileiro que explica a aparência melancólica dessa grande ave de pescoço vermelho, corpo branco e cabeça escura. Segundo a versão mais difundida, um casal de humanos costumava alimentar os tuiuiús diariamente, até que ambos morreram e foram enterrados próximo ao local onde levavam comida às aves. Sem compreender a ausência dos dois, os tuiuiús passaram a esperar eternamente por seu retorno, permanecendo à beira do local, imóveis e cabisbaixos. Essa espera sem fim teria transformado seu porte majestoso em símbolo de tristeza, fidelidade e saudade. Desde então, o tuiuiú é visto no imaginário popular como a ave da lembrança e da melancolia, associada ao luto, à paciência e à ligação entre a vida e a morte.


ree

JURUPARI

O legislador


No livro: Entidade Guardiã / Celestial associada à lei, ao patriarcado e ao controle dos sonhos. Filho de Ceucy, fecundada pelo sumo do fruto mapati, Jurupari defendia a supremacia masculina e tentou impor sua “sociedade perfeita” primeiro entre os povos Nativos, fracassando diante da força das mulheres de Aruanã. Encontrou terreno fértil entre os Pélagos, cujas mulheres já eram submissas. Na Vila da Boa Saúde, ele mantém os velhos Pélagos vivos e saudáveis, alimentando-os com a juventude e os sonhos de oferendas sacrificadas. Sua forma manifesta é monstruosa: alto, de membros longos e retorcidos, cabelos flutuando como fumaça, olhos amarelos profundos e uma bocarra negra que devora juventude e pesadelos através do contato físico (o dedo na garganta). O vínculo com a mãe, porém, permanece seu ponto fraco: Ceucy, aprisionada em uma estátua de pedra, é libertada por Caiman. Ao ser confrontado pela mãe e pela verdade de que foi corrompido pela ganância dos Pélagos, Jurupari abandona o papel de carrasco da vila, rompe a estátua, liberta as vítimas e ascende com Ceucy como um Celestial arrependido, ainda detentor de conhecimento profundo sobre o passado, o futuro e Ymba.


No folclore: Jurupari é um personagem mitológico dos povos indígenas da América do Sul. O povo Mawé retrata Yurupari não apenas como um demônio, mas o próprio Mal, aquele que deu origem a outros demônios (como os Ahiag̃ ou os Mapinguary).[1] Na época da chegada dos primeiros europeus ao continente (século XVI), Jurupari era o culto mais difundido. Visando a combatê-lo, os missionários católicos passaram a associar Jurupari ao diabo cristão.


A primeira versão conta a história de uma indígena chamada Ceuci que, tal qual a Virgem Maria, teve uma concepção miraculosa. Conta a lenda que Ceuci estava repousando abaixo de uma árvore e, acometida de fome, comeu seu fruto, o mapati (uacu, em algumas variantes), cuja ingestão era proibida às moças no dia em que estivessem em período fértil. O sumo da fruta teria então escorrido pelo seu corpo nu e alcançado o meio de suas coxas, fecundando-a. A notícia chegou à aldeia, e o conselho de anciãos, diante da revolta do povo, resolveu punir Ceuci com o exílio, onde teve seu filho. Esta criança, chamada Jurupari, era na verdade o enviado do Sol (Guaraci), pelo qual foi ordenado reformar os costumes dos homens e encontrar uma esposa para ele. Com sete dias de vida, já aparentava ter 10 anos, e sua sabedoria atraiu a atenção de todos, que passaram a ouvir suas palavras e o ensinamento dos novos costumes que o Sol dizia que deveriam seguir. É chamado legislador porque alterou as leis (leia-se costumes) do mundo, transformando-o de matriarcal para patriarcal (WIKIPEDIA).


ree

Pê (Saci Pererê)

O mensageiro de Ka'gwa


No livro: Pê, o Saci, é uma entidade celestial errante de Aruanã, ligada aos ventos, às histórias e ao próprio conceito de existência como narrativa viva. Travesso, irônico e de moral ambígua, ele se manifesta como um homem de uma só perna, usando carapuça e vestes vermelhas, capaz de mover-se por redemoinhos, desaparecer em rajadas de vento e transitar entre dimensões e realidades. Diferente das lendas simplificadas, o Saci de Aruanã é um observador consciente do destino, conhecedor dos deuses, dos guardiões e dos fios que entrelaçam o passado, o presente e o futuro. Mais do que um simples espírito brincalhão, Pê atua como mensageiro, provocador e guardião do conhecimento oculto, revelando verdades apenas a quem considera digno. Foi ele quem alertou Caiman sobre os movimentos de Ymba e a existência de sua campeã, Uiraçu’garipangá, além de devolver à heroína seu chapéu perdido, como símbolo de confiança. O Saci não pertence a um único lugar: ele existe onde sua história é contada, sendo a própria personificação da tradição oral, do mistério e da força das narrativas que sustentam o mundo.


No folclore: Saci é um personagem bastante conhecido do folclore brasileiro. Tem sua origem presumida entre os indígenas da Região das Missões, no Sul do país, de onde teria se espalhado por todo o território brasileiro. A figura do saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou como gracioso, conforme as versões comuns ao sul.


Considerado uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas, fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas, ou assustando viajantes noturnos com seus assovios – bastante agudos e impossíveis de serem localizados. Assim é que faz tranças nos cabelos dos animais, após deixá-los cansados com correrias; atrapalha o trabalho das cozinheiras, fazendo-as queimar as comidas, ou ainda, colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou aos viajantes se perderem nas estradas. Lhe é atribuída também a capacidade de ser carregado por redemoinhos. O mito existe pelo menos desde o fim do século XVIII ou começo do XIX (WIKIPEDIA).


Saci-pererê, pintura em nanquim por Monteiro Lobato, do livro "O Saci-Pererê: Resultado de um Inquérito" de 1918
Saci-pererê, pintura em nanquim por Monteiro Lobato, do livro "O Saci-Pererê: Resultado de um Inquérito" de 1918

Guerreiros(as)

ree

ICAMIABAS

Guerreiras implacáveis


No livro: As Icamiabas são um povo de guerreiras lendárias de Aruanã que domina os grandes rios, especialmente o Rio Ibirá, vivendo em aldeias ocultas e mantendo pouco ou nenhum contato pacífico com estrangeiros. Formam uma sociedade exclusivamente feminina, regida por um rígido código de honra, onde apenas outras Icamiabas são consideradas “irmãs”. Altas, fortes e disciplinadas, lutam com o torso nu coberto por pinturas corporais negras e vermelhas, e utilizam um armamento singular feito, segundo a tradição, de dentes de antigos guardiões divinos, principalmente do Jacaré-de-papo-amarelo de Kim. Suas flechas e lanças possuem força suficiente para atravessar madeira e metal, tornando-as praticamente imbatíveis em combate fluvial.


A cultura Icamiaba é estruturada por leis sagradas, entre elas a Lei de Ay’kurumabá, o duelo ritual que resolve conflitos por meio de combate corpo a corpo, sem armas, sob o julgamento simbólico dos espíritos da floresta. Também são guardiãs das Muiraquitãs, amuletos de pedra verde de enorme valor espiritual; a perda ou roubo dessas peças é considerada crime gravíssimo. Temidas em todo o continente, as Icamiabas simbolizam a força, a autonomia e a ferocidade das águas doces de Aruanã, sendo lembradas tanto como protetoras de seus próprios segredos quanto como juízas implacáveis de quem viola suas leis.

Icamiaba, ilustrada pelo autor, Fernando Couto de Magalhães
Icamiaba, ilustrada pelo autor, Fernando Couto de Magalhães

No folclore: Icamiabas ou iacamiabas (do tupi i + kama + îaba, significando "peito partido" ou "mulheres sem marido") é a designação genérica dada a uma lenda de indígenas que teriam formado uma nação de mulheres guerreiras. Compunham uma sociedade matriarcal, caracterizada por mulheres guerreiras sem homens. O termo designaria também um monte nas cercanias do rio Conuris (no atual território do Equador). Esta lenda teria dado origem, no século XVI, ao mito da presença das lendárias Amazonas na região Norte do Brasil.


Em A Amazônia Misteriosa de Gastão Cruls, lê-se: "Aí existe mesmo, já nas cabeceiras do rio, a serra Itacamiaba, que por muito tempo se quis ter como o habitat da famosa tribo, e cujo nome deturpado para icamiaba, foi também empregado como sinónimo de Amazonas."


Quando o conquistador espanhol Francisco de Orellana desceu o rio pelos Andes em busca de ouro, a vitória das icamiabas contra os invasores espanhóis, foi narrada ao rei Carlos I, o qual, inspirado nas antigas guerreiras ou amazonas, batizou o Rio Amazonas. Amazonas é o nome dado pelos gregos às mulheres guerreiras. Os relatos de Orellana afirmam que a tropa fora advertida da existência dessas indígenas antes mesmo de entrar em contato com elas.[9] Orellana descreveu-as como mulheres altas, que andavam nuas e portavam apenas o arco-e-flecha, habitavam casas de pedra e acumulavam metais preciosos (WIKIPEDIA).


Singularidades da França Antártica (1558), André Thevet. 
Singularidades da França Antártica (1558), André Thevet. 

ree

SACROSSANTOS

Guerreiros abençoados


No livro: Sacrossantos são a ordem militar sagrada do Reino de Sídero, formada por guerreiros ungidos pela autoridade direta do rei e tratados como figuras quase divinas entre os Pélagos. São símbolos vivos de fé, poder e justiça, associados tanto à proteção quanto à punição. Sua imagem inspira veneração e medo: onde os Sacrossantos marcham, entende-se que a vontade do trono e da religião caminha junto. Montados em grandes cavalos de guerra e cobertos por armaduras negras completas, utilizam capas vermelhas e elmos fechados em formato de ave, ocultando seus rostos. Portam espadas, lanças, mosquetes e balestras, e carregam os brasões oficiais de Sídero. Atuando como guerreiros inquisidores, os Sacrossantos são enviados apenas diante de eventos considerados graves ou heréticos, estando diretamente ligados à repressão, à ordem imperial e à caça de ameaças ao domínio do reino.


É uma criação do autor, exclusiva da saga de Caiman.

Comentários


© 2025 by Fernando Couto de Magalhães

bottom of page